Mercado de grãos inicia o mês com movimentos mistos
O mercado agrícola internacional iniciou o mês com movimentos distintos entre os principais grãos, variando entre leves altas e baixas. De acordo com a TF Agroeconômica, o trigo nos Estados Unidos apresenta valorização moderada, mesmo sob pressão do relatório do USDA, que elevou a estimativa da última safra de 52,42 para 54,01 milhões de toneladas. O número, ainda abaixo das projeções do mercado, contrasta com a ampla oferta global.
Na Argentina, os negócios seguem praticamente paralisados após o período de isenção tarifária. Já no Brasil, os preços acompanham o avanço da colheita: o Paraná já ultrapassa 53% da área colhida, enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina as vendas são mínimas ou inexistentes.
A soja também mostra comportamento irregular. Em Chicago, os contratos registraram novas mínimas após a divulgação dos estoques trimestrais, mas indicadores técnicos sugerem chance de retomada de alta, condicionada a fechamentos mais consistentes. No Brasil, os valores no interior sofrem pressão da maior oferta, ao passo que nos portos a demanda chinesa — mesmo com o feriado da Semana Dourada — sustenta os preços.
O milho, por sua vez, registra leve recuo em Chicago, influenciado pelo rápido avanço da colheita americana e pela ausência do relatório semanal de exportações em função da paralisação do governo dos EUA. No Brasil, entretanto, o cereal apresenta pequenas altas, apoiado pela demanda aquecida dos setores de carnes e etanol, além da competitividade do produto nacional frente ao americano no mercado externo.
Nos países vizinhos, como o Paraguai, os preços dos três grãos variam conforme as condições locais de oferta e demanda. Enquanto isso, os portos brasileiros seguem desempenhando papel central na comercialização, sustentados pelo forte interesse internacional. A interação entre fatores climáticos, técnicos e comerciais mantém os agentes do mercado em estado de cautela diante dos próximos desdobramentos.
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